sábado, 27 de junho de 2009

mais uma imagem delirante-melancólica


Segue-se aí um poema de um mestre:

A MORTE ABSOLUTA


Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.

(Manuel Bandeira)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Morte!! Morte!! Morte!! ("doce carnaval do fim do dia")


Não existe fé!! Arranque meus olhos, minhas vísceras, quero voar, voar, voar...